Já li várias vezes em
jornais, impresso e virtual, a seguinte explicação para certas
traduções: "em tradução livre...". Ou seja, a pessoa
resolve escrever sobre um livro ou filme, por exemplo, porém dá uma
titubeada na hora de assumir a tradução que fez.
Apenas por oposição
ao termo, pensei: O que seria uma tradução escrava? (Talvez presa,
agrilhoada ou em regime semi-aberto.)
Nos dicionários, entre
outras acepções, livre significa sem obrigações; isento de
restrições, controle ou limitações.
Sabemos que algumas
traduções, nomes de filmes principalmente, fogem (um pouco) do campo
linguístico e se apoiam no enredo ou em interesse comercial. Mesmo assim, não as vejo como
livres. Cá, tenho minhas dúvidas.
Uma tradução é
intrínseca a duas línguas e suas culturas, logo:
Livre de quê?
Da língua de origem?
De responsabilidades ou de compromissos com o original?
Da língua de destino?
Da preservação na equivalência discursiva que o processo exige?
Livre de quem?
Do autor? Do público,
que deposita sua confiança na tradução?
Ou, viajando um pouco
na maionese: Seria uma nova modalidade de tradução? Isto é,
uma nova escola: “Hoje vamos aprender tradução livre”.
Creio que essa
expressão serve mais como anúncio de isenção de responsabilidade
do que liberdade (liber > livre) para traduzir algo que
ainda não o foi "oficialmente", como pode ocorrer com
títulos de filmes e livros que estão por chegar ao mercado.
Gosto de acreditar que a
responsabilidade do tradutor precisa ser assumida inerentemente e,
dessa maneira, publicar o que traduziu sem delongas.
Eis dois exemplos recentes de "liberdade":
Eis dois exemplos recentes de "liberdade":
"... Bottle Charger (carregador de garrafa, em tradução livre)..."
"... relatório The Wealth Report 2013 ("Relatório da Riqueza 2013", em tradução livre)..."
Abraço e sucesso!
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